Sobre
Aulas Estilo Mysore
São aulas onde cada aluno é acompanhado individualmente na sua prática, embora em contexto de grupo. Todos os praticantes são introduzidos às sequências de Ashtanga Yoga seguindo a sua ordem, postura a postura. Os alunos memorizam as sequências de posturas e o professor/a guia-os para aprenderem, aprofundarem ou avançarem tanto quanto apropriado. Com as sequências de Ashtanga Yoga o praticante aprenderá a conectar a respiração ao movimento. As sequências embora fixas são sempre adaptadas às capacidades dos praticantes, seja na evolução das posturas de variantes até ao seu estado final, quer seja no tamanho e duração da prática.

Neste tipo de aulas é requerido dos praticantes, com a frequência das aulas, obterem autonomia e independência na prática por meio de praticarem as sequências por memória. A memória das sequências só vêm com a prática, por isso não há nada a fazer a não ser aparecer às aulas. A memorização prática começa logo na primeira aula. O praticante pode esquecer-se, mas o corpo lembrar-se-á. Deste modo consegue-se que cada praticante consiga ir ao seu ritmo e conectar com os seus biorritmos mais autenticamente, ainda que em contexto de grupo.
Nas aulas estilo Mysore os praticantes são levados a conhecerem o seu potencial e a observarem os seus limites únicos. Cada praticante experiência sempre sensações únicas.
A aprendizagem de Ashtanga Yoga em modo tradicional de Estilo Mysore leva qualquer um a aprender concentração, auto-motivação e determinação. Um aprende sobre disciplina e a aparecer todos os dias perante os desafios com tacto e equinimidade. Um aprenderá sobre a mente, os seus pensamentos e emoções.
TRISTHANA
A prática de Ashtanga tem três fundamentos na sua base, chamados Tristhana, os três pontos de atenção: a postura, o sistema respiratório e local a olhar.
As posturas (asana) purificam, fortalecem e dão flexibilidade ao corpo. Os asanas são ensinadas em uma sequência específica que gradualmente abrem, trabalham e desintoxicam o corpo.
A respiração é constituída por puraka e rechaka, que quer dizer inspiração e expiração. A inspiração e expiração deve ser tida por igual e consistentemente, ou seja o tamanho e duração da inspiração deve ser igual ao tamanho e duração da expiração. A respiração feita deste modo purifica o sistema nervoso.
Dristhi é o local a olhar ao fazer a postura. Existem nove dristhis: os polegares, o nariz, ponto entre as sobrancelhas, o umbigo, as mãos, os pés, para cima, para o lado direito e para o lado esquerdo. Os dristhis promovem a concentração, purificação e estabilização dos funcionamentos da mente.
Uma respiração não igual entre inspiração e expiração, ou muito rápida, vai desequilibrar o batimento cardíaco, despistando o corpo físico e o sistema nervoso autônomo. Uma respiração longa igual entre inspiração e expiração fortalece o nosso Fogo interior, que por sua vez aquece o sangue no corpo, promovendo purificação física e queimando as impurezas do sistema nervoso. Quando este nosso fogo interior é nutrido, o sistema digestivo, imunidade, saúde e expectativa de vida aumentarão.
Para a limpeza interna do corpo é necessário gerar calor no corpo de dentro para fora. Daí a prática da respiração ujayi, técnica de respiração com som onde se foca na passagem do ar na raiz da garganta. Esta respiração limpa o ar que entra como também gera rapidamente o calor no corpo. Sem Ar não à Fogo. Por isso a importância da respiração. Da mesma forma que um Fogo fica descontrolado com excesso de Ar, o mesmo Fogo também morre com falta de Ar. E assim é o nosso fogo interior.


VINYASA
Vinyasa significa movimento em conjunto com respiração. Por cada respiração, há um movimento. Cada asana tem designado um certo número de vinyasas. A Saudação ao Sol, por exemplo, tem 9 vinyasas: a primeira, inspira e leva as mãos acima da cabeça e olha os polegares; a segunda, expira descendo o tronco e deixando cair a cabeça com as mãos ao lado dos pés; a terceira, inspira, ativa as costas, de braços esticado e olha em frente, assim continuando...
Limpeza interna é o resultado de vinyasa. A respiração aliada ao movimento, que compõem as sequências de asana, esquenta o sangue. “Ferve o sangue”, como diria Pattabhi Jois. Sangue espesso tem impurezas e causa doenças no corpo. O calor gerado pela prática de yoga limpa o sangue, torna-o mais fino e promovendo assim a sua circulação livremente. O sangue quente também viaja pelos órgãos internos removendo impurezas e prevenindo patologias. A remoção das impurezas e doenças ocorre pelo sour causado durante a prática. Por isso o suor é um importante subproduto do vinyasa.
BANDHAS
Um componente importante do sistema respiratório são a prática de mula e uddiyana bandha. Estes são pequenas ativações musculares do perínio e do baixo ventre, que selam a energia no corpo e a dirigem para a parte superior do corpo, para o coração e cérebro, para onde é mais necessária. As suas práticas dão leveza, fortalecem e dão saúde ao corpo, equilibram funções hormonais e ajudam a construir e a manter o fogo interior. Sem a prática de bandhas, a respiração não estará totalmente correcta e os asanas não poderão dar todos os seus benefícios.
